sexta-feira, setembro 29, 2006

Hora de almoço...

Por mais que tentemos não cometer determinados erros, é sempre mais forte que nós..há coisas que estão demasiado entranhadas na nossa personalidade...e dizer, não desta vez vou fazer diferente, é um processo tortuoso e longo...Quando o dizemos pela primeira vez é certo e sabido que não se vai passar nada de forma diferente...no máximo, existirá uma ou outra coisinha (em geral as coisas pequenas) que conseguimos alterar ligeiramente...só ao fim de várias situações distintas, e depois de muito lutar contra a nossa própria natureza, é que alguma coisa começa realmente a mudar...eu já disse muitas vezes, vai ser diferente...e só agora é que, tenuamente, se começa a perceber algo...O mais difícil de mudar em mim é a atenção que dispenso a quem gosto...e nesta categoria estou a incluir os que gosto de uma perspectiva amorosa...É quase inevitável dispensar-lhes toda a minha boa vontade e carinho, mesmo quando a situação é meramente circunstâncial...E porquê? Porque na práctica para mim nunca é circunstâncial...se me mantiver mais do que 1 ou 2 encontros com alguém, é porque automaticamente a pessoa em causa passou a ter alguma importância...a suficiente para eu querer conquistar...E como se conquista alguém? Será que apenas conseguimos conquistar alguém que se apaixona por nós instantaneamente (aí não houve consquista sequer...)? Ou será que é possível, depois de algum tempo e paciência trazer alguém para dentro da nossa vida...à partida, dir-me-ão que sim é possível...eu nunca consegui....e agora dir-me-ão, porque fizeste tudo ao contrário...bem...não sei...talvez...É hora de almoço e não tinha mais nada para fazer...foi só por isso...

quinta-feira, setembro 28, 2006

Falar demais...

Um dos meus maiores problemas é “falar demais”…tenho que aprender de uma vez por todas que há coisas que não se verbalizam simplesmente porque além de não interessarem a ninguém a não ser a nós próprios, são para quem nos rodeia, incompreensíveis. O que acontece quando teimamos em “falar” é enrolarmo-nos em explicações que a certa altura já nem para nós fazem sentido (perdendo por completo o ponto de partida) e acabarmos mais deprimidos que no início da conversa porque sentimos que não estamos a passar a mensagem. Isto não acontece por culpa de ninguém. Acontece porque somos todos demasiado diferentes e reagimos às coisas de forma diferente. Assim, quando até estamos a falar de alguma coisa que à partida não iria adquirir grande significado, vemo-nos de repente confrontados com tristeza, ou confusão, ou sentimentalismos exacerbados desencadeados por uma qualquer palavra que nos foi dita (claro que isto pressupõe que a nossa natureza seja logo para começar, “sentimentalóide”).
Tem graça…aos poucos vou-me apercebendo de uma coisa…sei o que tenho e o que não tenho…e julgo saber o que não poderei ter…e quando converso apenas comigo vejo tudo com mais clareza e as minhas maiores dúvidas desaparecem…e este fenómeno é novo para mim…Eu estou mesmo a conseguir ver melhor dentro de mim e comigo…porque isto nunca me aconteceu desta forma. A solução para muitas das questões metafísicas que me “atormentam” é apresentar as situações de uma forma mais gráfica (a quem me é próximo….), ouvindo opiniões (claro), mas nunca dissecando em demasia…Eu não estou dentro da cabeça de ninguém e ninguém consegue entrar na minha, tão simples quanto isto!

terça-feira, setembro 26, 2006

As mulheres e o trabalho...

Antes de escrever qualquer outra coisa, convém ressalvar que não sou feminista.
Faço esta afirmação logo a começar o texto, porque o que pretendo analisar aqui é a forma como as mulheres são tratadas no local de trabalho. Tenho de admitir que em geral, é mais simples trabalhar com homens. São mais práticos e normalmente não perdem tempo com a vida alheia. O branco é branco e o preto é preto. São assim no trabalho como na vida. Honra lhes seja feita. Ao contrário, nós mulheres damos mais importância ao pormenor (forma simpática de dizer que em geral, até nos preocupamos com a vida alheia) e somos infinitamente mais complicadas que eles. O branco pode não ser branco e por vezes 2+2 não é igual a 4. E claro, somos assim primeiro que tudo na vida em geral. A questão é que no trabalho somos tão competentes como eles, nem mais nem menos…e se existe o mais ou o menos tem a ver com a pessoa e não com o género. Mas somos invariavelmente olhadas de lado. Não acreditam na nossa competência e fazem questão de o repetir até à exaustão. Eles são os únicos “autorizados” a falhar. Se nós falhamos, é porque somos mulheres. E ninguém se preocupa em esconder isso. Afirmam-no sem pudor e sem respeito. Isto passar-se-á em muitos locais de trabalho, mas certamente que é prato do dia naqueles onde eles são reis e senhores (por serem a maioria), como é o caso do meu. Quando se fala em descriminação no trabalho devido ao género, fala-se porque é uma realidade. Honestamente, por muito que me custe dizer isto, sei que o problema reside no facto de nós podermos ser tão competentes como eles. Parecem ter receio porque não suportam que seja uma mulher a ter razão, ou que esta lhes possa “roubar” o lugar. Alguns dizem que nós quando estamos em lugares de chefia passamos a ser arrogantes e autoritárias. Eu hoje percebo que isto possa acontecer. A única forma de sobrevivermos e de nos fazermos respeitar é manter uma certa distância e não ser demasiado informal. Se caímos no erro de o ser, a nossa liderança será posta em causa, o trabalho posto em causa e em última análise, “temos um caso” com um qualquer que ande por lá. É nestas alturas que se percebe quão mesquinhos eles também conseguem ser. Não falo por falar. Falo porque é o que vejo diariamente.
Por tudo isto não me surpreende que os nossos salários sejam inferiores, ou que a nossa progressão na carreira seja mais lenta. Acredito também que estas coisas podem mudar, mas levará muito tempo. E pensar que estamos em pleno século XXI e que isso é motivo para tudo ser diferente, é um erro enorme. A mudança está muito longe. Afinal, os meus coleguinhas (de quem até gosto) são rapazes na casa dos 20/30. São a nova geração…e não é por isso…que é diferente…

terça-feira, setembro 19, 2006

Israel exige imposição imediata de sanções contra o Irão

http://www.publico.clix.pt/shownews.asp?id=1270687

Comentário:

Por SPS - Lisboa
Esta é uma pergunta que me assalta com alguma frequência...O programa da não proliferação do nuclear foi assinado também pelos Estados Unidos e Israel? E se sim, porque é que estes países continuam a desenvolvê-las e possuem arsenais de guerra inimagináveis? E já agora, se um lunático vier a ocupar a casa branca (se é que não é isso que já lá temos) quem nos protege deles? Com que moral podem estes dirigentes políticos clamar pelo não desenvolvimento nuclear do Irão, ou com que moral tentam desarmar o mundo, quando eles próprios estão armados até aos dentes? Claro que podemos sempre dizer que estes países jamais usariam o seu poderio para subjugar outros, mas quem nos garante isso? Alguém sabe o que foi usado no Líbano por exemplo? Ou alguém sabe o que foi usado (e é usado) no Iraque ou no Afeganistão? às vezes sinto que estamos a ser enganados, manipulados e um dia saberemos disso com elevado grau de certeza....mas ai será tarde...talvez...

Os iluminados..

Mas há realmente muito para comentar por aqui…por aqui e por onde nós quisermos porque o que não falta são situações hilariantes. Ontem por exemplo, estava eu a fazer o meu périplo diário pelas notícias do mundo e do burgo (as nossas claro) e eis que esbarro numa proposta do bloco de esquerda (estes também são visionários, apenas invocam o senhor menos vezes que o outro…). A proposta, convenhamos, e há que dizê-lo com frontalidade (lembram-se dele?…) é “diferente” de tudo a que estamos habituados. Não sei se esta será a palavra certa, mas é das que me ocorre, a menos injuriosa. Portanto, estes defensores dos pobres e oprimidos (os pobres que têm dinheiro para o cinema, as exposições, os jantares fora em jeito de tertúlia, as noites do bairro alto e por ai…), propõem que se trabalhe 4 dias por semana. É isso mesmo. Vamos trabalhar 4 dias por semana para que haja emprego para todos. Por isso, a partir de agora, como eu vou trabalhar 4 dias por semana e folgar 3 (eu e os meus colegas), a minha empresa vai ser obrigada a meter mais 3 ou 4 pessoas, vai continuar a pagar-nos o mesmo (ai não?? Quer dizer que ganharíamos menos??) o que significa que terá muito mais gastos (não mesmo??Fogo, vão reduzir-me o ordenado??). Em suma, mais gastos para as empresas, mais dificuldades para as mesmas, mais falências e quiçá, daqui a uns meses, desemprego para todos os que até estavam bem. É uma proposta séria e inteligente, até porque precisamos de mais tempo para a tertúlia e para os eventos sociais e culturais. Precisamos de tempo para a família e os filhos (era nisso que eles estavam a pensar de certeza) e nada como andar a laurear a pevide quase o mesmo tempo que gastamos para trabalhar. Além disto, é inteligente porque temos a produtividade mais baixa da Europa, portanto reduzir o tempo de trabalho faz todo o sentido não vos parece? Estaríamos mais motivados, teríamos mais vontade (de ir para casa...) e uma vez que segunda feira conta pouco, seriam no fundo apenas 3 dias de trabalho! LINDO!!!
E que tal um subsídio para a cerveja? E para a erva? A erva para as pastagens das ovelhas bem entendido…

O mundo e o Senhor que é um visionário...

Mais um dia…e por sinal parecido ao de ontem…acho que vou mudar o rumo da minha escrita aqui…eu escrevo para um jornal (sim é verdade, jornal da paróquia, mas não deixa de ser um jornal…)! E nesse jornal, a minha função é escrever acerca do mundo…não poesia (podia ser, mas não é o meu forte), nem considerações filosóficas, mas sim acerca das desgraças do mundo, uma coisa que aliás me assenta que nem uma luva. E as desgraças maiores, para além dos desastres naturais que nos batem à porta, teriam que ter a ver com política, óbvio! Não existe desgraça maior do que essa, até porque costuma ter por actores pessoas que têm uma forte vocação na área da representação (coisa que fazem muito bem e com uma naturalidade desconcertante – em bom Português, mentem com os dentes todos que têm com a mesma facilidade com que abrem a boquinha para falar), mas falta-lhes no entanto o talento para nos entusiasmar, ou melhor dizendo, para nos fazer acreditar no que dizem. O actor principal deste mundinho é o animal político (no sentido mais literal da palavra) George W. Bush (acho que deveria escrever o nome dele a minúsculas…). Este senhor, que invoca o outro com muita frequência (o Senhor que está no céu), é responsável por algumas das maiores barbaridades a que alguma vez assistimos. Foi ele, inclusive, que nos fez acreditar (será que sim??) que existiam armas de destruição em massa no Iraque (e vai de invadir), que os talibãs do Afeganistão (que não são realmente flores do campo) eram os responsáveis maiores pelos ataques de 11 de Setembro de 2001 nos EUA (e vai de invadir, again…) ou que o sucedido no Líbano entre Israel e Hezzbolah é uma coisa normal e aceitável porque 2 soldados foram raptados (e mais uma guerra…). E assim assistimos impávidos e serenos à invasão de 2 países (3 no fundo…), à morte de milhares de inocentes e mais importante que tudo isto, à queda de 2 regimes totalitários e sanguinários que vieram a resultar na democratização dos mesmos (afinal, nem é verdade que existem nos dois países em questão, atentados diários, mortes diárias e uma insegurança que em nada é menor do que aquilo que existia antes). Portanto, este senhor, que é um visionário, tem conseguido trazer segurança ao mundo em que vivemos e transformou-se no nosso anjinho (mais uma vez, literal…) da guarda. Se alguém lesse isto, poderia pensar de imediato, “Ohh lá estão estes comunistas outra vez…mania de que os terroristas é que têm razão e são uns santos”…Eu não sou comunista, já nem sei se me sinto sequer de esquerda, mas tenho olhos na cara e isso é que importa! E o facto é que a política externa deste senhor é uma desgraça em 3 actos e foram abertos precedentes gravíssimos nos últimos 5 anos, tudo em nome do combate ao terrorismo! Como é que se pode combater o terrorismo quando se aceita como natural, o que Israel faz à mais de 3 décadas? Quando se é conivente com isto? Claro que a luta do povo Palestiniano quando protagonizada por um movimento como o Hamas perde credibilidade, no entanto, certamente que existiram em vários momentos desta longa história, oportunidades para tornar esta situação resolúvel. Mas enquanto não “mataram” a única pessoa que podia ter aberto as portas da paz (em colaboração claro que os dirigentes Israelitas sensatos…) não descansaram…Eu tenho muitas lacunas de conhecimentos (facto…), mas estou convencida que tudo poderia ter sido diferente se um lunático não tivesse ocupado a casa branca há cerca de 6 anos!

segunda-feira, setembro 18, 2006

Working Storage

Mais um dia…de trabalho e de pensamentos…o trabalho neste momento está parado, não recebi nada hoje e portanto posso permitir-me a escrever um pouco, uma forma de ocupar o tempo. Estou numa fase de mudança, acredito! Há uns tempos para cá, tento ver o mundo com outros olhos, o mundo e as pessoas, os sentimentos e as relações…acho que é importante, afinal, já não tenho 20 anos e é suposto não nos deixarmos alimentar pelas ilusões e antes, tentar viver a vida da forma mais positiva que se consiga…tento perceber o que se passa à minha volta…e acho que chego à conclusão que, além de ser uma pessoa carente, preciso de algo para me sentir viva (como todos nós aliás)...tento aceitar que o importante não é a tal relação estável e perfeita que sempre sonhei…afinal isso hoje em dia é uma coisa quase impossível de ter…o importante é estarmos (ou tentarmos estar) bem em cada momento e em paz connosco…sei que tenho um longo caminho a percorrer nesta minha descoberta de vida, sem que não é fácil e também que a minha maneira de ver o mundo não muda do dia para a noite...no entanto, como dizia atrás, é uma aprendizagem que vale a pena...até porque, como toda a gente diz, e é quase um lugar comum, vale mais arrependermo-nos do que fazemos do que daquilo que deixamos de fazer…por medo ou por cobardia, ou simplesmente por moralismos que nos são incutidos e ensinados por quem nada sabe daquilo que é a nossa vivência…